segunda-feira, 20 de agosto de 2012

De volta ao mundo real...


Segunda feira tem cheiro de realidade, não?

Seis horas da manhã o despertador do celular toca e a rotina diária não bate na porta para entrar, não pede licença, ela já esta lá. E o que fica do sábado e domingo são apenas lembranças.

Pra variar um pouco, fui pro interior de São Paulo no fim de semana, aaaa  como eu adoro o interior!! Às vezes me sinto em um reino encantado, o que eu esqueço é que mesmo lá os monstros não vivem em baixo da cama, e sim dentro das pessoas.

Aproveitei cada momento como se fosse único, e na inevitável hora de ir embora, entrei no ônibus para cidade grande, sentei na poltrona 33, não por opção, mas por falta dela. Derramei minha mochila no chão, inclinei à poltrona, e fechei os olhos como se pudesse esquecer por um curto período de tempo todos os problemas e a semana cheia que eu teria pela frente.

E foi nesse fechar de olhos que tive um dos sonos mais gostosos da minha vida... Mas como tudo que é bom dura pouco, o ônibus chegou à rodoviária, e eu o senti parando vagarosamente, foi então que mais lentamente ainda abri os olhos, e quando terminei de ergue-los levei o MAIOR susto da minha vida!  

Tinha um CARA, tinha uma cara do meu lado, o mais assustador que já vi, ele segurava a minha mão, sentado de lado, e  me fazia carinho.  Foi ali também que dei o maior e mais alto grito da minha vida!!!

Arranquei minha mão da dele, recolhi minha mochila azul do chão rapidamente, e anestesiadamente consegui  mover os lábios, e em um tom muito agressivo, algumas palavras pularam da minha boca - VOCÊ ESTA FICANDO LOUCO? Você é maluco, doente, ou algo assim? Todos do ônibus que se levantavam, lançavam olhares para mim, perdidos no meio a confusão, mas mais perdida que eles, estava eu. Ele me pediu calma, sorrindo! Ele era doente, um maníaco! Começou a falar um monte de baboseiras, entre elas um pedido de desculpas.

Ele bloqueava a minha saída com suas duas mãos, peguei a única coisa que eu tinha na mão, minha mochila e taquei na cara dele com toda força que existia dentro de mim! Sai correndo, me queixei loucamente com o motorista como se o pobre coitado tivesse culpa..

E avisei o segurança da rodoviária: - Se ele for atrás de mim, atira, mas atira pra MATAR! É um cara desses que estupra criancinhas! Mas pensando bem, nem uma arma aquele segurança tinha... Corri na velocidade da luz até chegar em casa..

E do final de semana só me restou ódio, indignação, lembranças e algumas risadas.